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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Rito Brasileiro de Maçons Antigos, Livres e Aceitos

*Ir.: Antonio da Silva Costa


(2ª Parte)

Retomamos as informações sobre o Rito Brasileiro de Maçons Antigos, Livres e Aceitos, abrindo parêntese para esclarecer que Antigo, porque foi construtor de prédios; Livres porque eram dispensados de impostos e Aceitos, porque lhes era permitida admissão nas Corporações ou Lojas, mesmo exercendo profissão não relacionada com a arte de construir.  
Os primeiros rituais do Rito Brasileiro dos graus 1, 2 e 3, desde sua fundação em 1914, foram adaptados do Rito York e passaram a ser adotados pelo GOB em 1920.  
Em 24/06/1937, no Rio de Janeiro, foi eleito Grão-Mestre Geral José Maria Moreira Guimarães, tendo como Adjunto o Ir.: Joaquim Rodrigues. Em novembro de 1938 por questões de saúde afastou-se o Grão-Mestre, assumindo o Adjunto e, para seu lugar em 24/06/1942, foi o Professor e Dr. Ir.: Álvaro Palmeira.


A TENTATIVA DE RESTAURAÇÃO DO RITO

Álvaro Palmeira dois anos antes de assumir o Cargo de Grão-Mestre Adjunto em 05/06/1940, como membro do Conselho Geral da Ordem, tentando “acordar” o Rito lança a proposta que foi aceita: “constituir comissão para elaborar a Constituição do Rito e buscar outras causas que emperravam seu desenvolvimento. Comissão: Álvaro Palmeira (presidente), Raul Holt e Mário Pinto.
Em curto espaço de tempo a comissão atualizou o projeto anterior, Em 05/07/1940, Álvaro Palmeira foi eleito presidente do Conselho Geral da Ordem e solicita a Otaviano Bastos a elaboração de um projeto de Constituição e a organização de uma Oficina-Chefe do Rito. Em 26/07/1940 em sessão do Conselho Geral da Ordem é lançado o projeto de instalação do Rito Brasileiro com a leitura da Constituição do Rito realizada pelo Ir.: Otaviano Bastos e publicado no Boletim do GOB. Assim deu-se início a restauração da dignidade do Rito, quando o País vivia um clima de muitas incertezas, especialmente sob o governo do Presidente Getúlio Vargas, que fechou as Lojas e devassou a Ordem.
O Ir.: Joaquim Rodrigues Alves, Grão-Mestre Geral, dez dias após a reunião do Conselho determinou a regularização do Rito e assinou o Ato nº 1617, em 03/08/1940, designando a Comissão Organizadora do Conclave: Antonio de Oliveira Brito, Otaviano Bastos, Álvaro Palmeira, Alexandre Brasil de Araujo, Romeu Gibson, Pedro Ramos e Oscar Argolo.. Trabalho concluído deu-se a instalação do Conclave a 19/04/1941, ficando assim constituído:
Grande. Principal – Otaviano Menezes Bastos;
Superintendente – Dilermando Assis
Instrutor – Alexandre Brasil de Araujo;
Secretário. Finanças. – Antº Oliveira Brito;
Inspetor – Romeu Gibson;
Leitor-Mor (orador) – Álvaro Palmeira;
Secretário. Expediente – Oscar Argolo;
Oficial-Mor – Carlos Castrioto Pinheiro;
Oficial – Américo I. Correia;
Guião (porta. Estandarte.) – Antonio de Oliveira Aguiar.
Na instalação do Conclave, seus organizadores foram considerados Fundadores do Rito – Ata nº 06 do Conclave.
Com a instalação inicia-se ampla campanha da divulgação, buscando a adesão de Lojas para adotarem o Rito renovado,  legalizado e regularizado. Nesta fase adotaram Lojas dos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do sul, Minas Gerais. 


ÓBICES A REESTRUTURAÇÃO DO RITO

Já dizia o grande maçom, médico e historiador José Castellani: “a instituição maçônica é perfeita, seus componentes – os homens são perfectíveis. ~
Se não bastasse a agitação que externamente existia com a implantação do chamado “Estado Novo”, repercutindo em todas as instituições do País, a partir dos anos 43/44, o Grande Oriente do Brasil (GOB) começa a viver clima de tensão política interna, desentendimentos entre o Grão-Mestre Rodrigues Neves e o grupo liderado pelo Ir.: Álvaro Palmeira e o Ir.: Otaviano Bastos, este último pretendia fundar uma Potência Independente – o Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro. Houve reação do Grão-Mestre, culminando, por decisão do Conselho Estadual da Ordem, com a suspensão por dois anos de vários maçons através do Ato 1842 (23/03/1944). O clima de tensão se agrava ainda mais, houve violação do Gabinete do Grão-Mestre.em 27/03/1944. Em 30/03/1944, o Grão-Mestre assina o Ato 1845, suspendendo também seu Adjunto por 02 anos.
Em 30/03/1944 os Iir.: Alexandre Brasil de Araujo e Jamil Kauss fundaram o Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro, com estatutos provisórios datado de 31 de março do mesmo ano e Constituição aprovada datada pouco tempo depois de 28/08/1944, sendo Grão-Mestre Alexandre Brasil e Adjunto Jamil Kauss.
No mesmo ano o grupo liderado por Álvaro Palmeira funda o chamado MOVIMENTO MAÇÔNICO RESTAURADOR e no ano seguinte através deste movimento fundam uma nova Potência – a Grande Loja do Brasil, instalada em 18/05/1945, constituição elaborada por Palmeira e Otaviano Bastos em 24/05/1945. Álvaro Palmeira ainda contribuiu para a fundação de mais uma Potência no Brasil que teve repercussão internacional – o GRANDE ORIENTE UNIDO, FUNDADO EM 13/03/1948.
A Grande Loja do Brasil foi extinta em 11/03/1950, quando Palmeira incorporou todas as Lojas Simbólicas desta Potência ao Grande Oriente Unido. Essa Potência funcionou de 1948 a 1956 e, Álvaro Palmeira foi eleito seu último Grão-Mestre em 24/06/1956.
Desentendimentos, inclusive entre Palmeira e o Grão-Mestre Adjunto – José Benedito de Oliveira Bonfim fez com que aquele se afastasse por 03 meses.
Ao assumir em 1956 a direção do Grande Oriente Unido e com o falecimento de Rodrigues Neves do GOB, Palmeira iniciou gestões para reunificação do GOB com o Grande Oriente Unido. Obtendo unanimidade em 03 Conclaves, conseguiu seu intento em 22/12/1958, levando consigo 31 Lojas antigas que tinham saído por ocasião da cisão e mais 2º Lojas novas.
Em seu retorno, o Rito Brasileiro (1956) estava praticamente esquecido e adormecido. Palmeira começou a assumir cargos no GOB – Deputado. Federal em 1957; criou Seminário de Veneráveis em 1961; foi relator geral da Constituição de 1962 e eleito Presidente da Assembléia Federal Legislativa, e em 1963 foi eleito Grão-Mestre Geral da Ordem – candidato único, e em atitude inusitada de ordem pessoal e/ou política deixou que o Rito permanecesse no anonimato por alguns anos.


LITERATURA CONSULTADA

SOBERANO SUPREMO CONCLAVE DO BRASIL PARA O RITO BRASILEIRO DE MAÇONS ANTIGOS, LIVRES E ACEITOS. Constituição do Rito. 2009. 63 p.
NEME, Mário. RITO BRASILEIRO DE MAÇONS ANTIGOS, Livres e Aceitos. 1ª Ed.Editora Maçônica ‘A Trolha” Ltda. Londrina. 1992 271 p. 
SIMÕES, Carlos. O Rito Brasileiro: Uma Visão da Maçonaria Social ou 4º Período Histórico da Maçonaria. 1ª Ed. A Gazeta Maçônica, s. Paulo.1999, 327 p.


Fim 2ª Parte

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