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Dicas de Direito Previdenciário

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VR - Advocacia & Consultoria Jurídica

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quinta-feira, 26 de junho de 2014

ENTREVISTA

Entrevista com o Grande Inspetor Litúrgico José Carlos Oliveira, 33º, da 3º Região Litúrgica da Bahia.




O entrevistado dessa edição do O Compasso é o Mestre Maçom José Carlos Oliveira, 33º, que exerce a função de Grande Inspetor Litúrgico da 3ª Região Litúrgica da Bahia, instituição ligada ao Supremo Conselho do Grau 33º do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) para a República Federativa do Brasil, com sede no Rio de Janeiro. Ele tem dupla filiação: ARLS Acácia Grapiúna, onde também é um dos fundadores e filiado ARLS Areópago Itabunense, ambas do Oriente de Itabuna e jurisdicionadas a Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (Gleb) e atualmente é o presidente Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes da Região Grapiúna (Amalcarg).

O COMPASSO - O que é o Rito Escocês Antigo e Aceito?

José Carlos - É uma instituição maçônica universal, dividida em jurisdições territoriais independentes e soberanas, cada uma sob o governo de um Alto Corpo denominado SUPREMO CONSELHO.

O COMPASSO - Quantos Supremos Conselhos do Rito Escocês Antigo e Aceito poderão existir em cada país?

José Carlos - Somente um.  Mundialmente existe apenas uma exceção. Os Estados Unidos, onde existem dois Supremos Conselhos, um no Norte outro no Sul. Isto se deveu à antiga divisão daquele País em dois pela Guerra da Secessão.

O COMPASSO - De quantos graus se compõe o Rito Escocês Antigo e Aceito?

José Carlos - De 33 Graus que, em suas diversas séries, desenvolvem, sucessivamente, as doutrinas e a filosofia da Maçonaria, constituindo-se, assim em uma escola de ética, cujo programa é: cultuar a Deus e cultivar a espiritualidade; investigar a verdade; defender a liberdade; amar o próximo; manter a fraternidade entre si; obedecer às leis do país; praticar a justiça; combater a ignorância e promover a felicidade da humanidade.

O COMPASSO - Onde está sediado o Supremo Conselho no Brasil, qual sua denominação, e como é administrado?

José Carlos - Esta sediado em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, na Rua Barão, nº 1317. Sua denominação é Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil. É presidido por um Ir. ´. Do Grau 33, denominado Soberano Grande Comendador, sendo a administração descentralizada em 105 Grandes Regiões Litúrgicas por todo o Brasil, sendo cada Região Litúrgica administrada por um Inspetor Litúrgico, Grau 33.  Na Bahia nós temos 11 Regiões Litúrgicas.

O COMPASSO - Em quantas séries em que estão divididos os 33 Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito?


José Carlos - em 5, ou sejam: Graus simbólicos, do 1º ao 3º Grau, administrados pelas Lojas Simbólicas e, por concessão do Supremo Conselho, sob direta subordinação às Grandes Lojas Maçônicas Estaduais. Do Grau 4 ao 33 as séries estão vinculadas ao Supremo Conselho, dividas em 4 Lojas: Loja de Perfeição, dos Graus 4 a 14; Capítulo Rosa Cruz, do 15º ao 18º; Conselho de Cavaleiros Kadosh, do 19º ao 30º e Consistório de Príncipes do Real Segredo, 31º e 32º.  Os maçons do Grau 33 são denominados Grandes Inspetores Gerais da Ordem. O Grau 33 somente pode ser concedido pelo Soberano Grande Comendador ou por sua expressa ordem.  

CRÔNICA

A Egrégora

            A Loja estava quase abatendo colunas, sem frequência, sem o vigor natural da nossa irmandade.
            Todos os cincos irmãos que se mantinham firme na assiduidade levavam sempre mais alguém que pudesse completar a Loja para que, deste modo, fosse possível acontecer a sessão.
             Na Loja, havia um irmão que, na ocasião, estava um V\M\. Um Ir\ de excelentes princípios e, além de tudo, um estudioso da doutrina espírita.
            Ao iniciar a sessão, procurava na formação de egrégora, elevar as mentes, atingindo os corações, tendo uma perfeita paz no seio dos IIr\. Visitando a Loja, todos se sentiam envolvidos por esse brilhantismo espiritual.
            A diminuição de IIr\ era um fato marcante na Loja, sendo que um dos obreiros mais frequentes havia partido para o Oriente eterno. Um Ir\ de grandes qualidades que, ao se despedir, dizia:
            - Meu lugar é aqui. A minha casa é a minha Loja. Quando partir para o Oriente Eterno, vou sentir muita falta dos meus IIr\.
            E o Ir\ se foi, deixando uma saudade muito grande entre seus queridos IIr\.
            A Loja teve dificuldade para se manter erguida.
            Sempre que a reunião estava para ser cancelada, aparecia um Ir\ visitante ou mais e a sessão podia ser realizada.
            Estava difícil, muito difícil, continuar lutando, maçom luta, não esmorecer. É a reunião, que esteve para ser cancelada, foi possível acontecer graças ao G\A\D\U\ para mais uma reunião.
            Não teve tempo de continuar, pois algumas pancadas violentas foram dadas na porta do Templo.
            Como podia ser?  Até a chegada à porta do Templo, havia mais duas portas, também fechadas. Como era possível?
            - O Ir\ G\ do T\ verificai quem bate.
            O Ir\G\ do T\ abriu portinholas, olhou e não viu ninguém. Virou-se para o Ir\ responsável pela, dizendo não haver ninguém.
            - Não ninguém do lado de fora.
            O V\ M\, dirigindo-se ao G\ T\, agradeceu a colaboração.
            - Meu Ir\ muito obrigado pela informação. O visitante já está entre nós, na formação de egrégora, tomando o devido lugar.
            A partir daí, a Loja teve um crescimento que orgulha a Maçonaria.
            Foi a melhor egrégora que a Loja conheceu.


Autor Jorge Vicente. Reflexões Maçônicas – Crônicas. Editora Imaginação. 

ARTIGO MAÇÔNICO

Onde estão os tamborins?



A maçonaria que veio para o Brasil não foi a maçonaria da Inglaterra.
Os maçons que trouxeram os ideais e os objetivos da Ordem pra cá foram os iniciados na França. Quando em 1796 foi instalado o Areópago de Itambé, o seu presidente – Manoel Arruda da Câmara - vinha de Montpelier, no sul da França.
Trazia consigo os ideais do iluminismo e a “bandeira” da Revolução Francesa de
“liberdade, igualdade e fraternidade”. O portal de Itambé se abria para, por seu intermédio, favorecer o nascimento de uma escola em que o povo ia ser doutrinado para a construção de uma pátria para os brasileiros. A maçonaria inglesa proibia, através da Constituição de Anderson, o trato com a política e com a religião no interior de suas Lojas. A maçonaria francesa, esta não, era eminentemente política. E foi com esse DNA que ela veio para o Brasil. A maçonaria nos veio para a construção da pátria. Portanto a sua força propulsora e motivacional era a política.
A Conspirata de Suassuna, a Revolução Republicana de 1817, os movimentos do Rio de Janeiro que levaram o Regente a dar o Grito do Ipiranga são ações políticas gestadas no
seio da maçonaria, com o povo maçom nas ruas, nas praças, de modo público com o conhecimento e a adesão dos muitos.
Os sonhos de liberdade, mais das vezes, sequer esperaram o raiar do dia. Antes do amanhecer já estavam na boca do povo, buscando a realidade Isto não aconteceu apenas com relação a Independência.
Eclodiram da voz do povo maçom também a Abolição da Escravatura e a exaustão do Império. Tamanha era então a força da maçonaria, na consciência do povo, que nem reação houve da parte da Coroa contra a forma como se proclamou “A República é filha de Olinda”, canta-se com o Hino de Pernambuco. Verso lindo, representativo dos idos de 10 de novembro de 1710.
Sonhos de Bernardo Vieira de Melo que pagou caro por eles, morrendo nos calabouços do Limoeiro nas cercanias de Lisboa. E a pátria? A pátria brasileira, a nossa Pátria, esta é filha da Maçonaria São provas 1796, 1801, 1817, especialmente 6 de março de 1817. Com a Revolução que se fez a partir dessa data, tornou-se irreversível o GRITO em 7 de setembro de 1822. Em 6 de março, o povo maçom estava nas ruas. Fundou-se por sacrifício dos maçons uma República, com Constituição, Presidente, Ministério, liberdade religiosa e de imprensa, abolição da escravatura, a universidade.
Realmente, sem dúvida, a Maçonaria é a mãe da Pátria. Contudo, hoje, há muitos que não desejam lembrar dessa gênese. A Pátria saiu dos cuidados maternais. Uma filhaque se foi, na omissão da mãe.. Mas a filha e a mãe se não podem separar.
A acomodação nesse sentido resultou decerto nos dias cruéis que aí estão. É preciso que os maçons acordem e tomem os rumos da atuação. Como escreveu e cantou nosso irmão Pedro de Alcântara: “Maçom alerta, tende firmeza, vingai direitos da natureza” Ensinou cantando alto, pois não faria o Hino para o banheiro. Fez o hino para ser cantado alto na praça pública.
Nosso compromisso continua e ninguém vai bancar o esquecido. Não se envolver com os destinos da Pátria é desfazer a Independência. É entregá-la à desventura. A missão da maçonaria aqui no Brasil é “tornar a pátria livre” desse caos de que todos temos conhecimento e de cujos males padecemos. O povo sabe disso, e é por isso que muitos reclamam. E desejam, com razão, ver os maçons mais atuantes, nas cobranças de mais respeito à Pátria. Nesses dias de Carnaval, penso que vale, e muito, cantar, como cantava Pedro Caetano, num grande simbolismo a Mangueira, “onde é que estão os tamborins, ó nêga? Viver só do cartaz não chega! Põe os sambistas na avenida...”.

Irm\ Antônio do Carmo Ferreira.


Presidente da Associação Brasileira de Imprensa Maçônica (ABIM).