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Dicas de Direito Previdenciário

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VR - Advocacia & Consultoria Jurídica

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quarta-feira, 27 de maio de 2015

ENTREVISTA



Entrevista com Ênio Felipe Daud Lima, Venerável Mestre, da Loja Maçônica Elias Ocké, Ilhéus – Bahia.

O entrevistado dessa edição de O COMPASSO é o advogado, mundo profano, e Venerável Mestre, mundo maçônico, da .·. R.·. L.·. S.·. Elias Ocké, do Or.·.  de Ilhéus, sul da Bahia, jurisdicionada ao Grande Oriente do Estado da Bahia/Grande Oriente do Brasil – GOEB – GOB, Ênio Felipe Daud Lima

O COMPASSO - Por que Venerável?

Ênio Daud - Você aceita ser Venerável. Querer somente não te faz venerável. Sua vida maçônica é sempre e invariavelmente acompanhada por seus pares. Seus questionamentos em Loja, trabalhos apresentados, envolvimento com a Loja no conjunto de ações, seu comportamento no mundo profano vai te credenciando, para tal, no conceito dos Irmãos. Com o passar do tempo, surge a oportunidade ou a época de eleição e quando você menos espera os mais antigos te chamam e dizem: Seu nome foi escolhido para ser o Venerável. Você aceita? Quando isso acontece você faz uma avaliação, uma espécie de autocrítica e aceita ou não. Por ser um Irmão que se destacou e, aceitando, a diretoria é composta ou formada com o objetivo de se ter uma administração participativa que se resume em ajudar, colaborar, servir àquele que foi o indicado pelos demais obreiros e, assim, começa o trabalho de arrumação, composição e execução. Aconteceu comigo dessa maneira e, acredito, funciona desse modo em outras Lojas.


O COMPASSO - Como aglutinar Irmãos na Loja?

Ênio Daud - Confesso que esse e um dos grandes desafios. Se você deixar o Veneralato “subir para cabeça” ou achar que a centralização e ou alguma decisão é para ser tomada num golpe de malhete - e isso sem ouvir experientes Irmãos - a Assembleia, enfim, a todos você não será um bom Venerável. Vai contar o tempo e depois sai “sem deixar saudades...” e muito pelo contrário: vai ser questionado, severamente, por todos envolvidos no contexto da Loja. Ouvir é a grande e talvez única “ferramenta” para se ter sucesso. Debater o tema, reunir, pegar a opinião, dividir a responsabilidade colocando a Loja como objeto central desse tema você seguirá com sua gestão sendo acompanhado por todos porque, agindo assim, a gestão / administração será participativa o que, no final de tudo, a Loja é quem sairá ganhando.

O COMPASSO - Qual a razão para o sucesso da Loja Elias Ocké?

Ênio Daud - Talvez por conta da unificação de procedimentos. Não conduzo, individualmente, a Loja. Eu sou o Irmão que coloca em prática a expectativa e desejo dos demais Irmãos. A “Liberdade com responsabilidade” ganhou terreno e eu apostei nisso. Os investimentos, a manutenção, as reformas, as novidades, o cuidado com o Templo e salão (cheios ou vazios) foram sendo vistos e elogiados. Invisto, regularmente, na necessidade de uma participação intensa no Tempo de Instrução. As peças apresentadas vão forçando, semanalmente, o direcionamento para reflexão. A Loja vai sendo enriquecida e, graças a Deus, sempre os Irmãos estão levando peças interessantes e que muito nos enriquecem. Isso fica claro quando testemunhamos alguns comentários direcionados ou embasados no que foi dito / lido naquele importante espaço de tempo durante as nossas sessões.

O COMPASSO - Qual é a sensação de sentar no “Trono de Salomão” e por duas gestões seguidas?

Ênio Daud - Vejo o ato como um momento mágico porque você senta e, imediatamente, uma sensação de enorme responsabilidade toma conta de todo o seu ser. Os que pensam que os que ali sentam ficam envaidecidos, “empavonados”, ou coisa parecida estão muito, mas muito mesmo, enganados. É de uma responsabilidade muito grande e eu, graças a Deus, senti isso no meu primeiro minuto ali sentado. Corri os olhos pelo Templo e vi que “estou Venerável por que me colocaram aqui”. Não é para mim e sim para a Loja, Irmãos, Cunhadas e Sobrinhos e, quando isso se instalou na minha cabeça, eu passei a distribuir as tarefas, obedecendo e respeitando leis, regulamentos, estatutos, constituição etc. Isso passou para os meus pares e percebi que estava no caminho certo. Trabalhei incansavelmente e isso foi reconhecido; tanto é que meus amados e sempre queridos Irmãos me conduziram para a reassunção ao Veneralato. Essa decisão dos meus Irmãos foi motivo de enorme alegria porque o modelo de administração implementada teve, deles, o reconhecimento o que muito me honra. Alguma coisa do tipo: Traçou um bom caminho e vamos com ele novamente.

O COMPASSO - Como a Maçonaria está reagindo em relação às manifestações de rua que estão avançando pelo País cobrando mudanças e pela moralidade da política no Brasil?

Ênio Daud - Meu bom Irmão, a Maçonaria sempre teve ideais libertários Não vamos esquecer a Independência do Brasil, Proclamação da República, a própria Independência da Bahia, a Abolição da Escravatura, enfim, a Maçonaria tem no seu âmago o total comprometimento com o bem estar da sociedade brasileira e isso acontece por loja, por cidade, por estado e, finalmente, pelo Brasil como um todo.  No que se presta bastante atenção - nesses momentos - é se o movimento parte do povo ou de grupelhos ou grupo de cunho político partidário. Nisso a Maçonaria não se mete. Nesse particular o Grande Oriente do Brasil (GOB) e o Grande Oriente do Estado da Bahia, entidades para as quais devemos obediência nos alertam, frequentemente, com relação a isso. Isso, no particular, significa dizer que é para o Povo que trabalhamos, buscamos alternativas e vamos sim para embates e não importa em qual campo. Nossa preocupação deve ser sempre a determinação em não deixar que a politicagem chegue no nosso meio porque isso comprometerá todo o nosso, empenho, trabalho e a belíssima história conquistada por nossos espelhos: nossos antepassados e, claro, a herança recebida dos ancestrais que deixaram como mensagem principal: o bem comum é a nossa meta.

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